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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bodas de Ouro

Boa noite caros amigos leitores


E peço-vos paciência para esta semana feriados "free" é que nós já estávamos tão habituados ao feriado à quarta-feira que esta semana vai ser complicado apercebermo-nos que esta semana não tem nenhum feriado. Temo até pela nossa sanidade mental e integridade física ... juntando isto à crise e à aproximação da época natalícia ora penso que temos aqui a combinação explosiva para alguém se passar da cabeça e enfiar-se nalgum centro comercial e fazer refém algum presépio ou até mesmo esgadanhar até à morte alguma decoração de Natal ...


É verdade caros amigos leitores no início do mês fui convidada a assistir à cerimónia de bodas de ouro de uns tios meus. Uma coisa nova já que nunca na minha vida tinha presenciado tal coisa e pensando bem e ao ritmo que andam as coisas pelo mundo dos casamentos julgo que tem uma grande probabilidade de ser ao estilo do cometa Halley e só conseguir estar numa cerimónia destas daqui a setenta anos ...

E realmente esta cerimónia de bodas de ouro tinha um significado ainda mais engraçado já que os noivos nunca tinham casado na realidade .... confusos? Eu explico!

Há cinquenta anos atrás o meu tio estava emigrado no Brasil, tinha deixado em Portugal a sua mais que tudo e tendo em conta que iria fazer vida por lá e já que viver em pecado era o equivalente à pena de morte, pelo menos a mulher ficava "queimada" nas línguas viperinas da altura combinaram por carta, para os mais novos: carta é/era um meio de comunicação muito usado, género sms mas mais demorado, estão a ver?, casar e perguntam vocês casar como? Casar por procuração! Uma loucura, não é?

Então pensem comigo houve casamento na igreja com dois noivos, a noiva verdadeira, minha tia, e um noivo com procuração do verdadeiro noivo, o meu tio. Houve padrinhos, convidados e até festarola tudo a que um casamento tem direito à excepção do noivo!

Daí que ao fim de cinquenta anos estes noivos que nunca casaram na realidade puderam trocar votos e alianças diante dos filhos, netos e restante família. Alguns participaram no primeiro casamento e até riram da situação tão caricata eu, como romântica incurável mas de pés bem assentes na terra, chorei! Foi inspirador ver aquele casal que nunca se pode casar na realidade fazê-lo ao fim de cinquenta anos de vida em comum.

Não faltou nada, o nervosismo do noivo, a emoção da noiva de saúde já tão debilitada, a falta de jeito do noivo ao colocar a aliança no dedo da sua noiva, estava lá tudo.

Muito sinceramente quando fui convidada pensei que iria me aborrecer de tédio no final da contas fiquei agradecida de poder fazer parte de uma história de amor que culminou num tão esperado casamento mesmo ao fim de cinquenta anos.


Já sei que vou ter de gramar os comentários deste meu romantismo todo mas num mundo em que cada vez menos temos oportunidade de experienciar e testemunhar o amor deixem-me lá sonhar um bocadinho ...

Ao vir escrever esta crónica li no Yahoo que a Scarlett Johansson se separou do marido ... também o que é que eles queriam faltou-lhes a procuração!

Feliz quarta-feira

1 comentário:

  1. Casamento por procuração?? ahahah podiamos actualizar a coisa... aposto que há muita esposa que não se importava que durante a vida matrimonial houvesse um marido constante mente representado por uma procuração... ao portador! Era lindo, olha hoje não lavaste a loiça do jantar, dá cá a procuração que vou dar a outro eheheheh isto ainda pega...

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