Prenda da pesada

Boa noite caros amigos leitores

E sejam bem-vindos à quinta-feira que já está com o pézinho na sexta ... ah ... a sexta-feira! Pena que ao contrário dos comuns mortais não começo a disfrutar do fim-de-semana à sexta mas só a partir do sábado. Ninguém disse que trabalhar no pântano era só facilidades. 'Tá bem 'tá!

Finalmente consegui alterar a minha morada, assim o tal chinês vesgo, marreco e azelha a conduzir vai parar à casa do taradão de gabardina preta que persegue a cara amiga e comentadora residente aqui do Crónicas. Eu não avisei que me ía vingar! Agora quero ver se vais ter tempo de andar a perseguir donzelas vizinhas, aposto que o chinês o irá deixar ficar com os olhos em bico e cabeça em água. Não consigo parar de salivar perante tal plano maquiavélico!


Porém não desisti do curso de língua chinesa até porque já ando a ressacar pela falta de ir à casa-de-banho dos rapazes, é oficial estou viciada!

Na crónica de hoje trago-vos um mais um episódio da minha vida, se bem se recordam na passada crónica fiz saber que ía de folga das terras pantanosas e decidi aproveitar o dia da melhor forma. É certo que passeei pela nossa bonita cidade e fui a sítios que não conhecia, maravilhei-me. Até aí tudo bem. Mas uma rapariga não vive só de passeios e aquisições de conhecimento de certos sítios desconhecidos da nossa maravilhosa cidade e toca a ir comprar uma prenda para uma amiga. Prenda esta que é ofertada a seis mãos, isto é dada por três pessoas e decidi chegar-me à frente e poupar as outras duas pessoas e lá fui eu em busca do presente perfeito.

A procura até foi rápida, tendo já conferenciado com as outras duas jeitosas e tendo em conta que a amiga está prestes a assinar a escriura da sua casa, decidimos presentear esta nova e feliz "propietária" com uma oferta para o enxoval!

Bem e lá foi decidido comprar-lhe um conjunto de pratos. Tudo bem até aqui também. Ora se vi uns pratos tão lindos naquela loja vamos mas é comprá-los! Tudo bem também até aqui. E a rapariga que me atendeu na loja era uma querida lá me mostrou todo o conjunto de dezoito peças sempre com um sorriso de orelha a orelha. Também tudo a correr lindamente! E ainda fui a tempo de época de saldos por isso o dito conjunto de dezoito peças saí-nos um pouquinho mais barato! Excelente, não vos parece? Pois! Tudo a correr pelo melhor. O que é que eu poderia pedir mais?!

O buraco foi quando depois de pagar a rapariga se vira para mim e diz-me: "Ah isto ainda é um bocadinho pesado!" e eu do alto do meu metro e cinquenta e cinco centímetros repletos de confiança lhe respondo: "Ah!Ah!(risos) não há problema!".

Não sei se se aperceberam que já mencionei duas vezes que o conjunto tinha dezoito peças ... mal saí da loja tive vontade de me atirar pela escada abaixo! Pá aquela droga era pesadíssima e não contente de me pôr em sofrimento decidi arrastar comigo a minha querida mãe. Que exausta depois de um dia de trabalho e portadora de diversas tendinites alombou com um serviço de mesa de dezoito peças pelas ruas estreitas da cidade de Lisboa ... que pesadelo!

Fizémos um percurso de vinte minutos a pé numa verdadeira via sacra, só faltava a coroa de espinhos porque a cruz tinha o formato de um saco do Gato Preto com um serviço de mesa de dezoito peças ... Ai que dores tão grandes ... disse tão mal da minha vida e a minha mãe que só como uma mãe tenta tudo por tudo poupar a sua prole. 'Tadinha! Sofrer eu por uma má decisão minha aceita-se agora envolver a mãe neste imbróglio não tem perdão.

Bem escusado será dizer que parámos uma catrefada de vezes, mudámos milhentas vezes de lugar, alombámos algumas vezes com o peso todo quando as ruas eram muito estreitas para caminharmos lado a lado, fizémos o pino, quase fomos atropeladas, bem uma aventura memorável ...

O mais revoltante da coisa foi passarmos por muitos homens, alguns deles nossos conhecidos e nenhum ter oferecido a sua valente força, a tal força do sexo forte! É que o nosso sofrimento devia estar bem marcado nos nossos rostos ... já não há homens como no antigamente.

Quando estávamos a ver a luz ao fundo do túnel, isto é, estavamos a chegar ao tão ansiado carro, parámos mais um pouco para recuperar o folêgo numa rua quase deserta quando do nada e de repente ouvimos uma voz por detrás do carro a que estávamos encostadas " Alguma das senhoras sabe mudar um pneu?". Apanhámos um "cagaço" do caraças! Tal qual uma assombração este homem apareceu do nada agachado ao tal carro e agarrado ao pneu furado! "Oh amigo não sei mudar e neste momento estou com um problema entre maõs muito maior do que a porcaria d'um pneu furado! Livra!", este encontro meio do Além teve em nós um efeito revigorante melhor que latas e latas de Red Bull ...

Eu meto-me em cada uma ... mas será que isto só a mim? Para terminar esta crónica em beleza deixem-me dizer-vos que esta minha amiga para a qual fui comprar este bendito serviço de mesa faz anos no dia vinte e nove de Fevereiro ... para os mais distraídos este dia só existe de quatro em quatro anos e este ano não haverá dia vinte e nove de Fevereiro ... então para quê este meu sofrimento todo?

Só mais uma achega, normalmente demoro uma meia-hora a escrever a crónica mas da maneira que tenho os músculos dos braços consegui escrevê-la ... em seis horas ...

Feliz sexta-feira