Bom dia caros amigos leitores e sejam bem-vindos a mais um dia de férias em que a minha cabeça decidiu ter personalidade "própia" e dói-me que se farta ... no entanto como tenho a mania de ser do contra e detesto medicamentos, sim a malta das farmácias e indústria farmacêutica comigo não se safa... chulos! Decidi que a melhor terapia é escrever e deixem-me que vos diga que só de escrever este "piqueno" parágrafo já me sinto melhor.
Não sei se é do vosso conhecimento que aqui a vossa cronista adora ler e como a crise chega a todos decidi num destes dias ir à biblioteca municipal mais próxima aqui de casa para me inscrever e usufruir das suas actividades, vulgo, trazer livros para casa à borliú como qualquer tuga que se preze. Após alguma pesquisa na net do que seria necessário e após uma pesquisa exaustiva no google maps a ponto de "crashar" o pc pois estava teimosa em captar o caminho para a biblioteca, agora que penso nisto, acho que o meu "própio" cérebro me estava a tentar dissuadir de lá ir, um palpite premonitório do que se ía passar ...
Vou tentar descrever o mais fiel e detalhadamente possível o que ocorreu, fazendo entre parêntesis alguns comentários que ache oportunos, por isso sigam-me caros amigos leitores:
Local: a caminho de uma biblioteca na cidade de Lisboa
Hora: algures a meio da tarde de um dia de semana
Temperatura e Humidade: muito calor e muito transpirada ... talvez porque como é meu hábito estacionei a quilómetros do sítio aonde ía
Bem, após estacionar e andar um bom bocado e seguindo as instrucções do google maps pude constatar que estou fartinha de ali passar e nunca dei pela bendita da biblioteca ... lá estava o meu cérebro a querer me proteger ...
Entro, claro, pelo lado errado da biblioteca, só para começar em grande, a sala estava cheia de malta a estudar ou a fazer pesquisas nos pc's e dirijo-me a uma senhora muito simpática que me informou que tinha de descer até à recepção onde estaria uma colega para me ajudar.
E lá fui eu, ficando maravilhada com as prateleiras de livros, há mulheres que se excitam com diamantes, sapatos, roupas, sandálias a mim basta-me uma prateleira com livros e já fui ...
Continuando ... lá chego à recepção e aí também chega a minha saga. Eu passo a reproduzir o diálogo:
Eu: - Boa tarde
Bibliotecária: zzzzzzzzzzzzzzz
( ou seja, ignora-me completamente, a fazer de conta que está bué ocupada atrás do computador e cheia de papéis por todo o lado, estão a ver como quando vamos ao centro de saúde ou às finanças e quando dizemos bom dia eles parecem que trazem às costas todos os problemas do mundo e parece que nós estamos ali para os estorvar de resolver esses mesmos problemas é por pessoas como nós estarem sempre a estorvá-los que os funcionários públicos não conseguem despachar trabalho ...)
Eu: - Boa tarde ( outra vez?!)
Bibliotecária: - sim .... ( finalmente olha para mim com os olhos por cima dos óculos e com grande fastio lá respondeu ...)
Eu: - Por favor, se me pode ajudar. Eu gostaría de me inscrever na biblioteca para poder levar livros da biblioteca, como posso fazê-lo?
Bibliotecária: - Atão tem de se inscrevrer
( sim senhora grande novidade, ainda bem que era uma tarde em que estava de férias e não tinha nada combinado, adivinhava-se que isto ía demorar ...)
Eu: - pois ... ( ah que seria de nós sem o "pois"?!) e o que é necessário para me inscrever?
( há que acrescentar que eu estava sempre a sorrir e a não deixar-me vencer facilmente por esta bibiotecária)
Bibioltecária: - Atão é preciso preencher um formulário, ter o cartaão de cidadão e um comprovativo de morada.
( finalmente estamos a chegar a algum lado, pensava eu, ah a inocência!)
Eu: - Ah isso tenho comigo é só o formulário se fizer o favor.
Bibliotecária: - zzzzzzzz ( e lá me entrega o formulário e volta para o seu precioso e importante trabalho, o qual eu fui interromper com uma coisa tão fútil como pedir ajuda, ele há pessoas que não merecem respirar o mesmo ar que os bibliotecários...)
E lá fui eu preencher o formulário num sofá esconso de uma pessoa só, em que tive de botar como base para escrever a minha carteira, felizmente tinha trazido uma caneta pois se tivesse de pedir uma emprestada a esta bibliotecária tãoooooo simpática não sei o que seria de mim.
Depois de preenchido o tal formulário voltei para o entregar, como é que podemos voltar para uma coisa que já sabemos que vamos sofrer???? Da última vez que consultei o dicionário e se não me falha a memória chama-se masoquismo!
Eu: - Então aqui tem, se fizer o favor.
Bibliotecária: - Muito bem. Se quiser já pode levar hoje livros.
( tu queres ver que há esperança no mundo afinal ....)
Eu: - Ai sim, e durante quanto tempo?
Bibliotecária: - Durante duas semanas, é só consultar aí o computador para saber se o livro que quer está cá e onde.
( assim sim, estamos a chegar a algum lado ... até me emocionei)
Eu: - Muito obrigada.
E lá me dirigi para o tal computador, pesquisei um livro de Mário Cesariny e devo confessar que não captei nada do que o computador me informava e decidi ir sózinha à procura mas escusado será dizer que não dei conta do recado e engolindo o meu orgulho voltei ao local do crime e à bendita bibliotecária.
( há quem goste de sofrer ...)
Eu: - Desculpe, se fizer o favor, vou precisar novamente de ajuda, não consigo encontrar o livro ..
Bibliotecária: - zzzzzzz Qual é a cota?
Eu: - Perdão?
Bibliotecária: - Sim, qual é a cota? Qual é a cota? A cota ?
Eu: -???????????????!!!!!
( Quê?! Cota de mercado?! Cota de malha dos cavaleiros? Tu queres ver que a mulher passou-se eu já ouvi falar de coisas destas bibliotecárias que são certinhas e por alguma razão se passam da marmita e num acesso de loucura rasgam os livros todos da biblioteca ... ai valha -me Ele!)
Bibliotecária: - Sim, onde está o livro?
Eu: - Ah ... bem agora tenho de voltar novamente à pesquisa ... ahhh ( a rir-me feita parva com uma camada de nervos a subir por mim acima)
Bibliotecária: - zzzzzz ( já sem paciência nenhuma para uam ameia-leca caixa d'óculos, ah eu estava de lentes, que decidiu dar-lhe conta da tarde)
Eu: - Ah está na zona de adultos ( digo eu toda contente, no fundo, eu ainda precisava da aprovação da bibliotecária .... queria que ela fosse minha amiga ...)
Bibliotecária: - TODA A BIBLIOTECA É NA ZONA DE ADULTOS!!!!!
( ok aí vamos nós outra vez! Mau! Tu queres ver que a gente vai-se chatear!)
Ela lá se levanta, vem até ao computador de pesquisa e diz :
Bibliotecária: -Esse livro está no segundo piso!
Eu: - Então este piso que estamos é o rés-do-chão, o de cima é o primeiro e quer dizer que o livro que eu quero está no acima deste?
( eu sei, eu admito, esta não foi a minha tirada mais brilhante no entanto deixem-me contextualizar: eu estava carente e esta mulher não me estava a facilitar a vida ...)
Bibliotecária: - Pois .... ( olhando-me sempre por cima dos óculos furibunda!!!)
E lá fui eu, ao subir as escadas do rés-do-chão para o primeiro andar ouvi outro rapaz: "olhe desculpe pode me dar uma ajuda?", eu pensei: "olha outro!".
Eu consegui subir até ao primeiro andar não sei se a bibliotecária é poderosa a esse ponto mas que não havia segundo andar nem escadas para ele isso posso garantir cá p'ra mim e só para me sacanear ligou lá para cima e pediu às colegas para tirarem de lá o segundo piso e as escadas só para que eu não pudesse usufruir do "meu" livro .... isso eu de tão desautinada que estava que nem dei pelas escadas e consequentemente pelo segundo piso ....
Para não ter de passar pela vergonha de sair pela recepção saí por onde tinha erradamente entrado ....
Entretanto fui à feira do livro e comprei livros pois não sei até que ponto o trauma deixou sequelas graves e posso nunca mais conseguir entrar num biblioteca municipal.... Se for àquela levo gabardina, chapéu de côcô, óculos escuros e bigode ... pois nunca se sabe se terão lá algum placard com a minha foto a dizer: "Interdita a entrar" ...
Boa quinta-feira e bom Santo António
PS Esta crónica surgiu por uma sugestão de uma amiga que ontem partilhou comigo um passeio num jardim e um mil-folhas, obrigada pela dica;)
quinta-feira, 12 de junho de 2014
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Essa biblioteca é o cenário perfeito para um filme da "Alice no país das maravilhas" em que se abrem portas que vão dar a outra terra!
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